No Brasil, o bag in box encontrou seu espaço nos bares e restaurantes. Com a maior duração do vinho depois da embalagem aberta, o bag in box é ideal para aquelas casas que apostam no vinho em taça. Assim, com o fechamento dos bares e restaurantes com a pandemia, era esperada uma retração na venda dos vinhos envasados dessa embalagem. Mas os dados mostram o oposto: em 2020, a venda da categoria bag in box registrou aumento de 10%, chegando a 2,2 milhões de litros.
Esse crescimento é resultado da maior procura pelos vinhos finos brasileiros nesta embalagem, que aumentou 30%, e da importação dos vinhos bag in box, com alta de 21%, no ano passado em relação a 2019. Foram 732,7 mil litros de vinhos finos brasileiros e 986,6 mil litros dos importados nesse período. O setor só não cresceu mais porque teve uma queda de 24% na comercialização dos vinhos de mesa em bag in box, que caiu de 615 mil litros para 468,7 mil litros entre 2019 e 2020.
Esses dados indicam que o bag in box é uma categoria em ascensão e que os brasileiros estão vencendo o preconceito, ligado principalmente à sua embalagem, e comprando bag in box para deixar na geladeira de casa e, provavelmente, seguir a recomendação de consumir uma taça de vinho por dia.
É certo que ainda é uma categoria pequena – ela representa 0,2% dos vinhos de mesa; 2,4% dos vinhos brasileiros finos e 0,7% dos vinhos importados. Mas esses dados são um convite a olhar esse tipo de embalagem com maior atenção.
A maioria dos vinhos bag in box vem de Portugal, responsável por 50% do total do mercado. As importações de Portugal aumentaram 30% no ano passado, na comparação com 2019. Em segundo lugar, estão os vinhos finos brasileiros, responsáveis por 42,6% do mercado. Os demais países têm pequenas participações de mercado no total de importações brasileiras, não superando os 5%. O Chile, por exemplo, que está em terceiro lugar no ranking, atrás de Portugal e dos vinhos finos brasileiros, tem 4,1% desse segmento, seguido pela Argentina, com 1,2%.
Outra característica dessas embalagens é a predominância da bag in box de 5 litros para os importados. Elas representam 57% do mercado e sua procura cresceu 19,4% em volume e de 31,7% em valor (US$ FOB), em 2020 na comparação com 2019. Aqui, a marca mais importada é a Olaria, seguida pela Pinta Negra e pela Adega de Penalva, todas de Portugal.
Nas embalagens de 3 litros, que representam 42% do mercado de importados, o aumento no ano passado em relação a 2019 foi de 21,4% em volume e de 27% em valor (US$ FOB). Aqui, a liderança é do Chile, com a marca Espiritu de Chile, seguida pela Galitos e pela Viña Geisse. As embalagens de 2 litros ficam com 1% do mercado.
Outra característica da bag in box é que os importadores tradicionais lideram, com 69,5% do mercado; enquanto os supermercados ficam com 29,8% das importações. As empresas de e-commerce começaram a importar as embalagens bag in box em 2020 e representam 0,7% desse segmento. No ano passado, as importadoras tradicionais tiveram um crescimento de 31,5% em volume e de 51,4% em valor, em relação a 2019, enquanto os supermercados amargaram uma queda de 6,6% em volume e de 2,5% em valor.
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