Gigante (também) no mundo de Baco, Estados Unidos é o maior mercado consumidor de vinhos e o quarto maior produtor, segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). É, assim, uma figura importantíssima no nosso mercado, como bem sentiu a França quando, no ano passado, o então governo Trump elevou as tarifas de importação em resposta à uma batalha comercial na área de aviação, tornando quase proibitivas a compra de marcas premiuns francesas.
Porque, mesmo sendo um grande produtor, os Estados Unidos consome a maioria da sua produção interna e também importa muito vinho. No ano passado, comparado com 2019, as importações de vinhos e espumantes ficaram relativamente estáveis, com alta de 0,8% e chegando a 135,7 bilhões de caixas de 9 litros. Um mar de garrafas, com mais de 1,6 trilhão de unidades. Mas, em valores FOB, o país registrou uma queda de 9,2%, totalizando US$ 5,58 trilhões com as suas importações em 2020. Para comparar, as importações de vinho do Brasil no ano passado somaram US$ 418,5 milhões.
Os franceses lideram as exportações de espumantes para os Estados Unidos, seguido pela Itália, Espanha, Alemanha e África do Sul. No ano passado, os sete principais países exportadores registraram quedas nas vendas para o país. A França teve redução de 2,9% em volume e de 8,1% em valor; a Itália, queda de 2% e 5,5%, respectivamente e a Espanha, de 19% e 14,5%.
Entre os dez maiores exportadores, apenas o Brasil, que ocupa a oitava colocação neste ranking, e a Nova Zelândia, na nona, registraram aumento nas vendas para os Estados Unidos. O Brasil cresceu 58,1% em volume e 57,5% em valor; e a Nova Zelândia, 273% e 229%, respectivamente.
Nos vinhos, a liderança é italiana. Aqui, as exportações para os Estados Unidos mantiveram o patamar de 2019, com alta de 0,6% em volume e 0,1% em valor no ano passado. A França, que em 2020 ficou na segunda posição do ranking, amargou uma queda de 11,1% em volume e de 26,2% em valor, em suas vendas para os Estados Unidos. Em terceiro lugar está a Nova Zelândia, com alta de 0,6% em volume e de 4,7% em valor.
Austrália, em quarto lugar, e Argentina, em quinto, completam o ranking dos maiores exportadores de vinhos para os Estados Unidos. No ano passado, em relação a 2019, os dois países tiveram reduções médias de 5% tanto em valor como em volume exportado. O Brasil não aparece entre os 15 maiores exportadores de vinho para a terra do Tio Sam.
É nos vinhos que se nota a queda das importações causadas pela alta do imposto, que já foi retirado pelo governo de Joe Biden. Na faixa de vinhos de US$ 100 a US$ 149, a redução de volume importado da França foi de 42,4%; na categoria entre US$ 150 e US$ 199,99, a redução foi de 38,9%, e acima de US$ 200, de 28,3%. As categorias de vinhos mais baratos registraram crescimento. Até US$ 18,99 aumentou 10% e entre US$ 19 e US$ 24,99, de 9%, por exemplo.
Nos espumantes, a categoria acima de US$ 200 caiu 24,4%, mas a categoria entre US$ 150 e US$ 199,99, subiu 32,1%. Na de preço FOB até US$ 18,99, a redução foi de 34,5% e naquela entre US$ 19 e US$ 24,99, teve uma alta de 52,5%.
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