Sabemos que o vinho se tornou a bebida da pandemia. De 2019, quando nem imaginávamos as consequências do coronavírus, até 2021, este mercado cresceu 27% em volume, na soma da comercialização das vinícolas nacionais com as importações de vinhos e espumantes no Brasil. Foram, no ano passado, 489,2 milhões de litros de vinho. Agora, as projeções da Ideal mostram um cenário com crescimento menor, mas ciente de que o tamanho do mercado de vinhos será bem maior do que o de 2019.
Em um cenário otimista, o nosso mercado cresce 2% este ano em relação a 2021, e fecha com um volume de cerca de 497,7 milhões de litros de vinho. No pessimista, há uma queda de 5%, chegando a 465,9 milhões de litros. Em 2019, estávamos em 383,9 milhões de litros. Nas projeções de médio prazo, o cálculo da Ideal é que o mercado de vinho, formado pela soma entre a venda das vinícolas brasileiras e a importação, chegue a 608 milhões de litros em 2026, em um cenário otimista. No pessimista, o volume seria de 581 milhões de litros. Estes dois números equivalem a um consumo per capita, incluído apenas os maiores de 18 anos, de 3,1 a 3,3 litros por habitante por ano respectivamente.
Estes dados foram apresentados na 3a Imersão para Profissionais do Vinho, que a EducaVinhos promoveu neste último final de semana, em São Roque (SP). A empresa de Diego Bertolini, em sociedade com José Tadeu Pereira da Anunciação Silva e Gustavo Tadeu Pereira da Anunciação Silva, é uma escola que visa capacitar os pequenos empreendedores, aqueles que decidiram apostar neste mercado durante a quarentena, a vender vinhos e criar negócios mais lucrativos. Nesta imersão, os alunos da EducaVinho participam de uma série de palestras (a da Ideal foi uma delas) para entender melhor o mercado em que decidiram empreender. Na minha apresentação, a ideia foi disponibilizar dados que ajudem estes empreendedores a ter um maior conhecimento do mercado e, consequentemente, tomem as melhores decisões de negócios.
Um dos pontos que o trabalho da Ideal aponta é para a tendência de crescimento dos vinhos espumantes, com a retomada dos encontros e das festas. No ano passado, esta categoria cresceu 32% em relação a 2020 e deve continuar com a tendência de alta neste e nos próximos anos. Outro destaque foi para os vinhos rosés, categoria que registra um aumento de 70% entre 2020 e 2021. São categorias que os alunos da EducaVinho (e não apenas eles) devem focar se querem oferecer vinhos que agradem ao consumidor. O consumo de rosé cresce em todos os estilos. Nos vinhos brasileiros de mesa, por exemplo, os rosados tiveram uma alta de 59% entre 2020 e 2021, enquanto os brancos caíram 7% e os tintos, 12%. No vinho fino brasileiro, a alta do rosé foi de 115% neste mesmo período, quando os tintos cresceram 17% e os brancos, 24%. Nos importados, os rosados registraram uma alta de 24%, enquanto os brancos cresceram 14% e os tintos, apenas 1%.